quinta-feira, 19 de junho de 2008

CONTEXTO AMAZÔNICO

Segundo a escritora Alcidema Monteiro, autora do livro, “O Espaço Amazônico: Sociedade e Meio Ambiente”, publicado em 1997, pela Universidade Federal do Pará. “Região é um espaço que se diferencia de outros, devido às características específicas que possui. A Amazônia, dessa forma, pode ser identificada como uma região, pois, possui características próprias que a diferenciam de outras áreas existentes dentro e fora do espaço brasileiro”.

Por ser riquíssima, biogeograficamente torna-se e muito, diferente das demais regiões brasileiras e até de várias outras de diversos países do mundo. Para a caracterização da sua formação como região, são levadas em consideração aspectos naturais, econômicos, sociais, etc.

Além do que, de acordo com os citados aspectos, são aplicados diferentes conceitos de identidade amazônica regionais, dentro da mesma região: Por exemplo: Região Norte (Político – Administrativa); Amazônia Legal (Região de Planejamento); Pan – Amazônia (Região Natural) e a Região geo-econômica Amazônica.

Em 1969, a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE estabeleceu para fins estatísticos a divisão regional do Brasil, que foi revista em 1988, com a criação do Estado do Tocantins, identificando a Amazônia, dentro do contexto geográfico da Região Norte, composta pelos estados do Pará, Amapá, Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Salienta Alcidema Monteiro, que esta divisão da Amazônia destaca principalmente, aspectos naturais como clima, vegetação, relevo, solos, etc. e alguns aspectos humanos relacionados com a cultura local, que são vistos de maneira superficial, não permitindo uma análise mais profunda das mudanças e transformações, que ultimamente vem ocorrendo na região, favorecendo apenas, a sua descrição.

A então Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM, que foi extinta em função de ter sido usada como instrumento de corrupção por políticos inescrupulosos, passou a utilizar outra denominação para a Região, identificando-a como Amazônia Legal, com uma área correspondente a aproximadamente 50% do território brasileiro. Ou seja, 4.978.247 KM2 (quatro Milhões, novecentos e setenta e oito mil, duzentos e quarenta e sete quilômetros quadrados), contextualizando todos os estados da Região Norte, Mato Grosso e parte dos estados do Maranhão e Goiás.

Já a região Pan-Amazônica, ou Amazônia Internacional, que abrange parcialmente países como o Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, não é denominada nem pelo IBGE, nem pela SUDAM e corresponde a uma área de aproximadamente 6,5 milhões de quilômetros quadrados. Portanto, cerca de dois milhões a mais do que a chamada Amazônia Legal e se constitui parte do continente americano, mais precisamente da América do Sul.

A concepção de Região Geo-Econômica Amazônica, fundamenta-se como base o papel histórico-territorial e econômico que o espaço amazônico desempenhou e continua desempenhando, tanto no contexto brasileiro, como no mundial. Essa construção do espaço amazônico tem, pois, relações econômicas com o restante do Brasil e do mundo. Assim como, há conseqüências sociais e econômicas dessas relações nesse espaço. Ainda que possa parecer uma fonte de riqueza inesgotável e por essa razão passou a ser horrivelmente explorada, desde a sua colonização pelos europeus.

A Amazônia deveria ter como instrumento de defesa dessa exploração, os investimentos governamentais que são mínimos ou praticamente inexistentes. Estamos hoje à mercê, não só de exploradores, do potencial madeireiro, que causam o desmatamento da mais importante região do Brasil e do Planeta, como também do interesse de países ricos, que infiltram na região organizações não governamentais identificadas como ambientalistas e missionárias, com a alegação de preservação e na verdade não passam de verdadeiros instrumentos a serviço do capital estrangeiro, que não está preocupado com a vida do homem amazônida, mas com o fato de manter a região intacta, porque já acabaram com as florestas que restavam em seus países de origem, por não terem tido a capacidade de preservá-las.

Um comentário:

Tiago Lobato disse...

O Milton. Minha tia é professora de geografia e está querendo desesperadamente o livro que você comentou acima (o espaço amazônico sociedade e meio ambiente)para que ela possa utiliza-lo em suas aulas.Você sabe onde posso consegui-lo? Estou Esperando a resposta! Obrigado!